"" Contos De Fada

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Historia Aladin e a lâmpada

Contar história pode ser uma ótima atividade para crianças. Vamos ver agora a história do Aladin e a Lâmpada, espero que você goste.


Aladim e a Lampada



"Aladim era filho de um pobre alfaiate que vivia numa cidade da China. Quando seu pai morreu, ele era muito jovem, e sua mãe teve que fiar algodão, dia e noite, para sustentá-lo. Um dia, quando tinha mais ou menos quinze anos, estava brincando na rua, com alguns companheiros. Um estranho que passava parou para olhá-lo. Era um mágico africano que necessitava da ajuda de um jovem. Percebeu logo que Aladim era exatamente quem ele procurava.

Primeiro, o mágico indagou das pessoas que estavam ali, quem era o menino. Depois, dirigiu-se a ele e disse:

- Meu rapaz, você não é filho de Mustafá, o alfaiate?

- Sim, senhor, mas meu pai morreu há muito tempo, respondeu o rapaz.
Ao ouvir estas palavras, o mágico abraçou Aladim, com os olhos cheios de lágrimas, e disse:
- Você é meu sobrinho, pois seu pai era meu irmão. Eu o conheci à primeira vista, porque você é muito parecido com ele.
O homem deu duas moedas de ouro a Aladim, dizendo:
- Vá para casa e diga à sua mãe que irei jantar com vocês.
Encantado com o dinheiro, Aladim correu para casa.
- Mamãe, eu tenho algum tio? perguntou ele.
- Não, meu filho. Seu pai não tinha irmãos e eu também não os tenho, respondeu a senhora.

- Acabo de encontrar um senhor que me disse ser irmão de papai. Deu-me este dinheiro e mandou dizer-lhe que jantaria aqui hoje.
A senhora ficou muito admirada, mas saiu para fazer compras e passou o dia preparando o jantar. Exatamente quando tudo ficou pronto, o mágico bateu à porta. Entrou trazendo embrulhos de frutas e doces. Cumprimentou a mãe de Aladim e, com lágrimas nos olhos, pediu-lhe que indicasse o lugar em que o irmão costumava sentar-se. Durante o jantar, pôs-se a descrever suas viagens.
- Minha boa irmã, começou ele. Não me admiro de que você nunca me tivesse visto. Estive quarenta anos fora deste país. Viajei por muitos lugares. Estou realmente triste por saber da morte de meu irmão, mas é um conforto saber que ele deixou um filho tão encantador!! Virando-se para Aladim, perguntou-lhe:
- Que faz você? Trabalha no comércio?
Aladim abaixou a cabeça, sem ter o que dizer. Sua mãe, então, explicou:
- Infelizmente ele nada faz. Passa os dias desperdiçando o tempo a brincar na rua.
- Isto não vai bem , meu sobrinho, disse o mágico. É preciso pensar num meio de ganhar a vida. Eu gostaria de ajudá-lo. Se você quiser, abrirei uma loja para você.

Aladim ficou muito contente com a idéia. Disse ao mágico que não havia nada que o encantasse mais.

- Bem, resolveu o homem. Amanhã sairemos e comprar-lhe-ei roupas elegantes. Depois, então, pensaremos na loja.

No dia seguinte, ele voltou, como havia prometido, e levou Aladim a uma casa que vendia roupas lindas. O menino escolheu as que mais lhe agradaram. Depois deram um passeio pela cidade. À noite, foram a uma festa. Quando a mãe de Aladim o viu voltar tão elegante e o ouviu contar tudo que haviam feito, ficou muito contente.

- Bondoso irmão, disse ao mágico, não sei como agradecer-lhe tanta bondade.

- Aladim é um bom rapaz, disse ele, e bem merece que se faça tudo por ele. Algum dia nos orgulharemos dele. Amanhã virei buscá-lo, para dar um passeio no campo. Depois de amanhã, então, abriremos a loja.

No dia seguinte, Aladim levantou-se muito cedo e foi ao encontro do tio. Andaram muito até que chegaram a uma fonte de água clara. O mágico abriu um embrulho de frutas e bolos. Quando acabaram de comer, continuaram a andar até que chegaram a um vale estreito, cercado de montanhas. Era este o lugar que o homem esperava encontrar. Ali havia levado Aladim por um motivo secreto.
- Não iremos adiante, comunicou ao rapaz. Mostrarei a você algumas coisas que ninguém ainda viu. Enquanto risco um fósforo, cate todos os gravetos que encontrar para acender o fogo.
Aladim num instante arranjou um pilha de gravetos, aos quais o mágico atiçou fogo. Quando as chamas cresceram, atirou-lhes um pouco de incenso e pronunciou umas palavras mágicas que Aladim não entendeu. Imediatamente a terra se abriu a seus pés e apareceu uma grande pedra, em cuja parte superior havia uma argola de ferro. Aladim estava tão assustado que teria fugido se o mágico não o detivesse.
- Se você me obedecer, não se arrependerá. Debaixo desta pedra está escondido um tesouro que o fará mais rico do que todos os reis do mundo. Você deverá, entretanto, fazer exatamente o que eu digo, para conseguí-lo.
O medo de Aladim desapareceu e ele declarou ao tio:
- Que tenho a fazer? Estou pronto a obedecer.
- Segure a argola e levante a pedra, disse o homem.
Aladim fez o que o mágico havia dito. Suspendeu a pedra e deixou-a de lado. Apareceu uma escada que conduzia a uma porta.
- Desça estes degraus e abra aquela porta, ordenou o mágico. Você entrará num palácio onde há três enormes salões. Em cada um deles verá quatro vasos cheios de ouro e prata. Não mexa em nenhum deles. Passe através dos três salões sem parar. Tenha cuidado para não se encostar nas paredes. Se o fizer, morrerá instantâneamente. No fim do terceiro salão, há uma porta que dá para um pomar, onde as árvores estão carregadas de lindas frutas. Atravessando o pomar, você chegará a um muro no qual encontrará um nicho. Nesse nicho, há uma lâmpada acesa. Pegue a lâmpada, jogue fora o pavio e o azeite, e traga-a o mais depressa que puder. Dizendo estas palavras, o mágico tirou do dedo um anel que ofereceu a Aladim, explicando:

- Se você me obedecer, isto o protegerá contra todos os males. Vá, meu filho. Faça tudo o que eu disse e ambos seremos felizes para o resto da vida.

Aladim desceu os degraus e abriu a porta. Encontrou três salões. Atravessou-os cuidadosamente e chegou ao pomar. Foi até o muro e apanhou a lâmpada no nicho. Jogou fora o pavio e o azeite. Finalmente, prendeu a lampada no cinturão. Já estava decidido a voltar, mas, olhando para as árvores, ficou encantado com as frutas. Eram de cores diferentes: brancas, vermelhas, verdes, azuis, roxas, todas cintilantes. Na verdade, não eram frutas, mas pedras preciosas: pérolas, diamantes, rubis, esmeraldas, safiras e ametistas. Aladim, não sabendo seu valor, pensou que eram simples pedaços de vidro. Ficou, entretanto, encantado com as cores e apanhou algumas de cada cor. Encheu os bolsos e também a bolsa de couro que trazia presa ao cinturão. Assim carregado de tesouros, correu pelos salões e logo chegou à boca da caverna. Viu o tio que o esperava no alto da escada e pediu-lhe:

- Dê-me a mão, meu tio, e ajude-me a sair daqui.
- Primeiro, entregue-me a lâmpada, exigiu o mágico.
- Na verdade, não posso fazê-lo agora, pois trago outras coisas que me dificultam a subida, mas assim que estiver aí em cima, entregá-la-ei, explicou Aladim.

O mágico, que estava aflito para possuir a lâmpada, irritou-se e atirou um pouco de incenso ao fogo, pronunciando, depois, algumas palavras mágicas. Imediatamente a pedra voltou ao seu lugar, tapando a saída da estranha caverna. Quando Aladim se viu na escuridão, chamou o mágico e implorou-lhe que o tirasse dali. Prometeu-lhe mil vezes que lhe daria a lâmpada. Seus rogos, entretanto, foram em vão. Desesperado, tentou atingir novamente a porta que conduzia aos salões, para ver se conseguia chegar ao pomar. A porta, porém, estava fechada. Durante dois dias, Aladim permaneceu na escuridão, sem comer, nem beber. Por fim, juntou as mãos para rezar e, ao fazê-lo, esfregou o anel que o mágico tinha posto em seu dedo. No mesmo instante, um gênio, enorme e assustador, surgiu da terra, dizendo:

- Que deseja? Sou o escravo do anel e cumprirei suas ordens.

Aladim replicou:

- Tire-me daqui.

Logo a terra se abriu e ele se encontrou lá fora. Muito artordoado foi andando para casa e, ao chegar, caiu desfalecido junto à porta. Quando voltou a si, contou à mãe o que lhe havia acontecido. Mostrou-lhe a lâmpada e as frutas que tinha trazido. Pediu-lhe, depois, alguma coisa para comer, ao que ela respondeu:
- Meu filho, nada tenho em casa, mas fiei algum algodão e irei vendê-lo.
- Em vez do algodão, mamãe, venda a lâmpada, propôs o menino.
Ela apanhou a lâmpada e começou a esfregá-la, porque estava muito suja. Nesse momento, surgiu um gênio que gritou bem alto:
- Sou o gênio da lâmpada e obedecerei à pessoa que a estiver segurando.
A senhora estava assustada demais para poder falar, mas o menino agarrou-a ousadamente e disse:
- Arranje-me alguma coisa para comer.
O gênio desapareceu e voltou equilibrando na cabeça uma bandeja de prata na qual havia doze pratos, também de prata, cheios das melhores iguarias. Havia ainda dois pratos e dois copos vazios. Colocou a bandeja na mesa e dasapareceu outra vez. Aladim e sua mãe sentaram-se e comeram com grande prazer. Nunca haviam provado comida tão gostosa. Depois de comerem tudo, venderam os pratos, conseguindo, assim, dinheiro que deu para viverem por algum tempo com bastante conforto.

Um dia, quando passeava pela cidade, Aladim ouviu uma ordem do sultão mandando que fechassem as lojas e saíssem todos das ruas, pois sua filha, a princesa, ia ao banho de mar e não podia ser vista por ninguém. O rapaz escondeu-se atrás de uma porta, de onde podia ver a princesa quando passasse. Não decorreu muito tempo e ela veio, acompanhada de uma porção de aias. Quando chegou perto da porta onde Aladim estava escondido, tirou o véu e ele viu seu rosto. A moça era tão bonita que ele desejou casar-se com ela. Chegando a casa contou à mãe seu amor pela princesa. A senhora riu-se e respondeu:

- Meu filho, você deve estar louco para pensar numa coisa destas!
- Não estou louco, mamãe, e pretendo pedir a mão da princesa ao sultão. Você deve procurá-lo para fazer o pedido, disse ele.
- Eu??? Dirigir-me ao sultão??? Você sabe muito bem que ninguém pode falar-lhe sem levar um rico presente, informou a senhora.
- Bem, vou contar-lhe um segredo. Aquelas frutas que trouxe da caverna não são simples pedaços de vidro. São jóias de grande valor. Tenho olhado pedras preciosas nas joalherias e nenhuma é tão grande, nem tem o brilho das minhas. A oferta delas, estou certo, comprará o favor do sultão.
Aladim trouxe as pedras da cômoda onde as tinha escondido e sua mãe colocou-as num prato de porcelana. A beleza de suas cores assombrou a senhora, que ficou certa de que o presente não poderia deixar de agradar ao sultão. Ela cobriu o prato e as jóias com um bonito pano de linho e saiu para o palácio. A multidão daqueles que tinham negócios na corte era grande. As portas estavam abertas e ela foi entrando. Colocou-se em frente ao sultão. Ele, entretanto, não tomou conhecimento de sua presença. Durante uma semana, ela foi lá diariamente, ocupando sempre o mesmo lugar. Afinal, ele viu-a e perguntou o que desejava. Tremendo, a boa mulher falou-lhe sobre a pretensão do filho. O sultão ouviu-a amavelmente e perguntou-lhe o que trazia na mão. Ela tirou o guardanapo de cima do prato e mostrou-lhe as jóias cintilantes. Que surpresa teve ele ao ver tais maravilhas! Durante muito tempo, contemplou-as sem dizer nada. Depois exclamou:

- Que riqueza! Que encanto!

Ele já havia determinado que a filha se casaria com um de seus oficiais; no entanto, disse à mãe de Aladim:

- Diga a seu filho que ele desposará a princesa se me enviar quarenta tinas cheias de jóias como estas. Elas deverão ser-me entregues por quarenta escravos negros, cada um dos quais será precedido de um escravo branco, todos ricamente vestidos.

A mãe de Aladim curvou-se até o chão e voltou para casa pensando que tudo estivesse perdido. Deu o recado ao filho esperando que, com isso, ele desistisse. Aladim sorriu, e quando a mãe se afastou, apanhou a lâmpada e esfregou-a. O gênio apareceu no mesmo instante e ele pediu-lhe que arranjasse tudo que o sultão havia pedido. O gênio desapareceu e voltou trazendo quarenta escravos negros, cada um carregando na cabeça uma tina cheia de pérolas, rubis, diamantes, esmeraldas, safiras e ametistas. Os quarenta escravos negros e outros tantos brancos encheram a casa e o jardim. Aladim ordenou-lhes que se dirigissem ao palácio, dois a dois, e pediu à sua mãe que entregasse o presente ao sultão. Os escravos estavam tão ricamente vestidos que todos, nas ruas, paravam para vê-los. Entraram no palácio e ajoelharam-se em frente ao sultão, formando um semi-círculo. Os escravos negros colocaram as tinas no tapete.

O espanto do sultão, à vista daquelas riquezas, foi indescritível. Depois de muito contemplá-las, levantou-se e disse à mãe de Aladim:
- Diga a seu filho que o espero de braços abertos.
A senhora, feliz com a notícia, não perdeu tempo. Saiu correndo e deu o recado ao filho. Aladim, entretanto, não teve pressa. Primeiro chamou o gênio e pediu-lhe:

- Desejo um banho perfumado, uma roupa luxuosa, um cavalo tão bonito quanto o do sultão, vinte escravos e, além disso, vinte mil moedas de ouro distribuídas em vinte bolsas. Tudo isso apareceu imediatamente à sua frente. Aladim, elegantemente vestido e montado num lindo cavalo, passou pelas ruas, causando admiração a todos. Os escravos marchavam a seu lado, cada um carregando uma bolsa cheia de moedas de ouro, para distribuir pelo povo. Quando o sultão viu aquele belo rapaz, saiu do trono para recebê-lo. À noite ofereceu-lhe uma grande festa. Ele desejava que Aladim se casasse logo com a filha, mas este lhe disse:

- Primeiro, construirei um palácio para ela.

Assim que regressou à casa, chamou o gênio e disse:

- Dê-me um palácio do mais fino mármore, incrustado de pedras preciosas. Nele quero encontrar estábulos, cocheiras, lacaios, escravos. A mais fina decoração, com os móveis mais luxuosos do mundo.

O casamento de Aladim com a princesa realizou-se no meio de grande regozijo. O rapaz já havia conquistado o coração do povo, por sua generosidade. Durante muito tempo eles foram imensamente felizes. Nesta ocasião, o mágico que estava na África descobriu que Aladim era muito rico e querido de todos. Cheio de raiva, embarcou para a China. Lá chegando, ouviu algúem falar do palácio maravilhoso que tinha sido levantado pelo gênio da lâmpada. Resolveu, então, obter a lâmpada, custasse o que custasse. Os mercadores contaram-lhe que Aladim tinha ido caçar e que estaria ausente por alguns dias. Ele comprou uma dúzia de lâmpadas de cobre, iguais à lâmpada maravilhosa, e foi ao palácio gritando:

- Trocam-se lâmpadas novas por velhas!

Quando chegou à janela da princesa, os escravos chamaram-no, dizendo:

- Venha cá. Temos uma lâmpada feia e velha que queremos trocar.

Era a lâmpada maravilhosa, que Aladim havia deixado em cima de um móvel. A princesa não sabia seu valor; por isso, pediu a um escravo que a trocasse por uma nova. O mágico, muito contente, deu-lhe a melhor lâmpada que tinha, e saiu correndo para a floresta. Quando anoiteceu, chamou o gênio da lâmpada e ordenou que o palácio, a princesa e ele próprio fossem carregados para a África.

O pesar do sultão foi terrível quando descobriu que a filha e o palácio tinham desaparecido. Enviou soldados à procura de Aladim, que foi trazido à sua presença.

- Pouparei sua vida por quarenta dias e quarenta noites, lhe informou o sultão. Se durante este tempo minha filha não aparecer, mandarei cortar-lhe a cabeça.

Aladim vagou por toda a cidade, perguntando às pessoas que encontrava o que havia acontecido ao seu palácio. Ninguém sabia dar-lhe informação . Depois de muito andar, parou num riacho para matar a sede. Abaixou-se e juntou as mãos para apanhar um pouco de água. Ao fazê-lo, esfregou o anel mágico que trazia no dedo. O gênio do anel apareceu e perguntou-lhe o que queria.

- Ó gênio poderoso, devolve-me minha esposa e meu palácio! Implorou ele.

- Isto não está em meu poder, disse o gênio. Peça-o ao gênio da lâmpada. Sou apenas o gênio do anel.

- Então, pediu Aladim, leva-me até onde estiver o palácio.

Imediatamente, o rapaz sentiu-se carregado pelos ares. Finalmente chegou a um país estranho, onde logo avistou o palácio. A princesa estava chorando em seu quarto. Quando viu Aladim, ficou muito contente. Correu ao seu encontro e contou-lhe tudo o que havia acontecido. Aladim, ao ouvir falar na troca das lâmpadas, percebeu logo que o mágico era o causador de toda aquela aflição.

- Diga-me uma coisa, perguntou à esposa, onde está a lâmpada velha agora?

- O velho carrega-a no cinturão e não se separa dela noite e dia.

Depois de muito conversarem, fizeram um plano para conseguir a lâmpada de volta.

Aladim foi à cidade e comprou um pó que fazia a pessoa dormir instantaneamente. A princesa convidou o mágico para jantar em sua companhia. Enquanto comiam os primeiros pratos, ela pediu a um criado que lhe trouxesse dois copos de vinho, que ela havia preparado. O mágico, encantado com tanta gentileza, bebeu o vinho no qual ela havia derramado certa quantidade do pó. Suas idéias foram ficando meio confusas e ele pegou no sono.


Aladim, que estava escondido atrás de uma cortina, veio depressa e apanhou a lâmpada do cinturão do velho. Depois mandou que os empregados o carregassem para fora do palácio e o deixassem bem longe dali. A seguir, esfregou a lâmpada e, quando o gênio apareceu, pediu-lhe que levasse o palácio de volta para a China. Algumas horas mais tarde, o sultão olhando pela janela, viu o palácio de Aladim brilhando ao sol. Mandou, então, dar uma festa que durou uma semana.

O mágico, quando acordou no dia seguinte e se viu no meio da rua sem a lâmpada, ficou desesperado. Levantou-se e foi andando, tão distraído que não viu uma carruagem que se aproximava. O resultado foi que morreu debaixo das patas dos cavalos. Aladim e a esposa viveram felizes pelo resto da vida. Quando o sultão morreu, Aladim subiu ao trono e reinou por muitos anos, sendo sempre querido do povo."

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Cachos dourado e os três ursinhos

Historinha da cachos dourado e os três ursinhos


ERA UMA VEZ 


Uma família de ursos que vivia na floresta. Todos os domingos, o papá Urso, a mamã Ursa e o filho Ursinho, vestidos com as suas roupas mais bonitas, costumavam dar um passeio pelo bosque, antes da hora de almoço. A mamã Ursa, antes de sair, deixava já na mesa três taças de leite, para que assim que chegassem, pudessem logo sentar-se à mesa e comer. Passado pouco tempo da família de Ursos ter saído de casa, uma menina loira, chamada Cachos Dourados, perdeu-se na floresta, e foi ter perto da casa dos três ursos. Como era muito curiosa e tinha fome, entrou na casa sem bater à porta. Lá dentro, não viu ninguém e, ao aproximar-se da mesa, viu as três taças de leite, que provou. Na taça grande, o leite estava muito quente, na média estava muito frio e na taça pequena, como o leite estava morno, ela bebeu-o. Depois, viu três cadeiras e, como estava cansada, experimentou-as. A primeira cadeira era muito grande e ela não se conseguia sentar; a segunda cadeira era muito larga e ela escorregava; a terceira era tão pequenina e frágil que, quando ela se sentou partiu-se!
Mesmo assim, Cachos Dourados não se incomodou, e subiu as escadas, encontrando dois lindos quartos. No primeiro, que era rosa, tinha duas camas, uma grande e uma média. No segundo, que era azul, tinha uma cama pequena. Experimentou a cama grande mas era muito dura. A seguir, experimentou a média mas achou-a muito mole. No quarto azul, deitou-se na cama pequena e achou-a tão confortável que adormeceu.
Entretanto, os três Ursos chegavam a casa do seu passeio. Ao aproximarem-se da porta, ficaram surpreendidos, pois esta se encontrava aberta. Quando entraram, viram a sala toda desarrumada, e o Ursinho gritou: “Alguém bebeu do meu leite e partiu a minha cadeira!”. E o papá perguntou: “Quem armou esta confusão?”. Então, os três ursos subiram as escadas, e entraram no primeiro quarto. A mamã Ursa exclamou: “Alguém esteve deitado nas nossas camas!”. E logo a mamã e o papá Urso ouviram o Ursinho gritar, do outro quarto: “Papá, Mamã, venham rápido, pois está uma menina a dormir na minha cama!”.

Assim que o papá Urso e a mamã Ursa entraram no quarto, e com toda a confusão que se estava a passar, Cachos Dourados acordou, sobressaltada e, ao ver os três ursos, correu em direção à janela. O Papá Urso, para evitar que Cachos Dourados caísse, correu atrás dela e conseguiu segurá-la pelo vestido. Depois de conseguirem acalmar Cachos Dourados e explicar-lhe que aquela era a casa dos Ursos, ela e o Ursinho ficaram amigos e, Cachos Dourados prometeu nunca mais mexer nas coisas das outras pessoas sem autorização, nem voltar a afastar-se dos seus pais.



segunda-feira, 12 de junho de 2017

canto do rouxinol

A linda história do canto do Rouxinol.


A arte da contação de historias na educação infantil é uma atividade pouco valorizada nos dias de hoje. Mas é uma atividade que ajude no desenvolvimento da criança de uma forma impressionante.

Vamos ver agora a história do canto do roxinho e espero que você goste.





Um dia, há muito, muito tempo, chegou ao bosque um rouxinol. Pousou num ramo, construiu o seu ninho e começou a viver naquele lugar maravilhoso, cheio de árvores ricas em saborosas bagas e deliciosos insetos.

Uma certa tarde, pelo crepúsculo, o rouxinol começou a cantar. A sua voz, líquida e pura, elevou-se no ar, harmoniosa e doce. Os animaizinhos que viviam no bosque pararam, encantados por aquela música vibrante, e começaram a pôr o rouxinol nas nuvens, definindo-o como um grande, enorme artista. Era espantoso que um pássaro tão pequeno demonstrasse um talento tão grande. No entanto, os outros pássaros não estavam lá muito contentes com o êxito do rouxinol. A gralha, cheia de raiva, voava de tronco em tronco dizendo a todos os que encontrava:

“O rouxinol, um artista? Mas, estão todos doidos? O seu canto é fraco e desafinado, parece música de asnos, e não celestial!!! Quem gostar, é porque não está bom da cabeça!”

Não é muito difícil convencer alguém de algo que lhe agrada, pelo que todos os pássaros, humilhados pela habilidade do rouxinol, deram razão à gralha e começaram a denegrir o cantor. Fizeram dele alvo das piadas mais cruéis, e contavam a todos os que encontravam que tinha chegado ao bosque um pássaro com a voz igual ao zurrar de um asno.

O rouxinol não tinha como se defender: o afeto e a admiração que lhe dedicavam todos os outros animais não eram suficientes para apagar o comportamento injusto dos pássaros. Por isso, na esperança de aplacar a sua tristeza, não voltou a cantar.

A história do passarito que tinha voz de burro chegou, inclusive, aos ouvidos da águia real, que vivia no alto de uma montanha e que reinava sobre todos os pássaros do bosque.

“Como é possível que no reino dos pássaros exista algum que cante mal?”, perguntava a si mesma a sábia rainha, ao ouvir esta história. E quis ir ao fundo da questão. Convocou todas as aves do bosque e, quando estavam todos reunidos, mandou chamar o pequeno rouxinol.

“Canta para mim”, disse, com amabilidade, “gostaria de ser eu a julgar o teu valor”.

Entre os presentes fez-se um silêncio embaraçado. O rouxinol olhou para a águia, depois encheu-se de coragem e cantou. As primeiras notas pairaram no ar, graciosas e ligeiras, e depois o canto ganhou força e foi subindo, muito alto e muito límpido, rico de emoções e cheio de uma maravilhosa harmonia.

A águia escutava atenta, desfrutando a música e, ao mesmo tempo, refletindo sobre o que se estava a passar. Quando o rouxinol terminou de cantar, disse-lhe:

“És fantástico e a tua voz é sublime. É evidente que foste vítima de uma terrível calúnia.”

Procurou, com o olhar, a gralha, que tinha sido a primeira a criticar o rouxinol, e convidou-a a cantar. O pobre pássaro abriu o bico e deixou sair uma voz desagradável e desafinada, que, ela sim, lembrava mesmo o zurrar de um asno. A águia, com uma expressão perigosamente séria, exclamou:

“Estou contente por saber que no nosso reino não circulam mentiras caluniosas, apenas a verdade! Existe, entre nós, um pássaro que realmente tem a voz muito parecida com a do burro. E és tu, gralha, esse pássaro! Convido-te, portanto, de modo a não expores o nosso reino ao ridículo, a calares-te para sempre. E quanto a ti, rouxinol, peço-te que cantes sempre que quiseres, melhor ainda se for ao anoitecer. A tua voz maravilhosa fará com que reine a paz e a serenidade entre todos os habitantes do bosque.”

Depois, a justa rainha abriu as asas e voou para o céu, na direção dos altos cumes da montanha onde ficava o seu refúgio secreto.




sábado, 3 de junho de 2017

Alice no País das maravilhas

Historinha Alice no País das maravilhas






ERA UMA VEZ;


Estava Alice no jardim a ouvir uma história que a sua irmã mais velha lhe contava quando, de repente, viu passar um coelho branco muito bem vestido e de luvas brancas!


Alice correu logo atrás dele mas rapidamente o coelho desapareceu pelo chão. Alice seguiu-o apressadamente e descobriu um buraco fundo junto a uma árvore onde o coelho desaparecera.


Deslizou cuidadosamente pelo buraco, estranhamente decorado, e quando chegou ao fundo deu com um corredor com várias portas fechadas. Numa ponta do corredor, Alice viu uma pequena mesa onde estava pousada uma chave dourada. Alice pegou na chave e tentou abrir, uma a uma, todas as portas daquele corredor. Quando já estava prestes a desistir, reparou numa pequenina porta, a um canto do corredor. Ao colocar a chave na fechadura, a porta abriu facilmente e através dela Alice viu um lindo jardim!


Mas Alice era demasiado grande para passar por aquela pequena porta. Desapontada, fechou a porta e voltou a olhar à sua volta. Reparou que na mesa estava agora uma garrafa com um rótulo que dizia: ”Bebe-me”. Alice pegou na garrafa e bebeu. De repente começou a encolher, a encolher até ficar pequenina como um ratinho!


“Oh meu Deus!”, Disse a Alice, “Agora estou demasiado pequena para chegar à chave!…”. Enquanto tentava de alguma forma chegar ao topo da mesa, Alice bateu com o seu pé numa caixa de biscoitos que estava no chão. Nela estava escrita “come-me” e, sem pensar, Alice tirou um biscoito da caixa e comeu-o. Então começou a crescer, a crescer até ficar tão grande que a sua linda cabeça bateu rapidamente no teto!


“Agora tenho a chave”, choramingou, “mas estou outra vez demasiado grande para passar pela porta”. Sem pensar calçou uma luva que acabara de encontrar no chão e, inesperadamente, encolheu para o tamanho certo, conseguindo passar pela porta até chegar ao jardim!


Assim que chegou ao jardim, viu o coelho branco, a passar muito apressado. Alice correu atrás dele e perguntou: “Onde vais tão apressado?” Ao que o coelho respondeu: “Não tenho tempo para conversas. A rainha de copas está à minha espera!”. E partiu, correndo, antes que Alice o pudesse seguir. 

De repente, Alice ouviu uma voz que dizia: “O chapeleiro louco e a lebre de março é que te podem dizer… mas os dois são malucos!”.


Alice olhou à sua volta e só passado um instante é que viu aparecer primeiro um sorriso, a seguir uma cabeça e só depois um gato inteiro. Este disse sorrindo: “Eu sou o gato de Cheshire”.


A partir das informações que o gato deu a Alice, esta entrou na floresta, à procura da lebre de março e do chapeleiro louco. Ao encontrá-los, o chapeleiro louco e a lebre de março convidaram Alice a tomar um chá. Eles informaram Alice que tomavam chá todos os dias juntos por ordem da rainha de copas!


Alice decidiu então descobrir quem era a rainha de copas de quem toda a gente falava e temia.


Durante o caminho, Alice encontrou algumas cartas de jogar que pintavam rosas brancas de vermelho. Alice perguntou: “O que é que estão a fazer?!”. E as cartas de jogar que afinal eram jardineiros, responderam: “A rainha de copas detesta branco!”. Antes que Alice pudesse perguntar mais alguma coisa ouviu o que parecia ser o barulho de uma grande festa a chegar…


Era a rainha de copas com todos os seus criados! Ao ver Alice, a rainha ordenou furiosa: “tirem-lhe a cabeça imediatamente!”. Mas o rei murmurou: “Minha querida, talvez ela saiba jogar croquet…”. Então a rainha pensou por uns segundos e depois gritou: “Deem-lhe uma bola e um taco e vamos ver do que ela é capaz!”.


Alice pegou no taco e na bola mas viu logo que este não ia ser um jogo fácil de jogar. Os tacos eram flamingos cor-de-rosa que tentavam fugir e as bolas eram ouriços-cacheiros que, por não quererem ser batidos, não paravam quietos!
A rainha ao ver que Alice não conseguia jogar, ficou vermelha de raiva e gritou: “A menina não sabe jogar! Tirem-lhe a cabeça de uma vez!”.


Alice muito aflita falou: “Majestade, a culpa não é minha. Os ouriços-cacheiros estão sempre a fugir e os flamingos sempre a voarem!”. Mas antes que Alice pudesse dizer mais alguma palavra, já se encontrava num tribunal rodeada do rei e da rainha de copas, juntamente com todos os habitantes do reino.



Alice levantou-se para se defender mas de repente começou a crescer e a crescer, e tudo começou a girar à sua volta, tornando-se numa enorme confusão.


Alice abriu os olhos e viu, surpreendida, que estava novamente no jardim ao lado da sua irmã, e que esta lhe oferecia uma chávena de chá…


Alice pensou – Teria sido tudo um sonho?



sexta-feira, 2 de junho de 2017

Contos De Fada

O Rei Sapo ou Henrique de Ferro




Em muitos tempos remotos, quando ainda os desejos podiam ser realizados, houve um Rei cujas filhas eram muito bonitas. A caçula, sobretudo, era tão linda que até o sol, que já vira tantas e tantas coisas, extasiava-se quando projetava os raios naquele semblante encantador.


Perto do castelo do Rei, havia uma floresta sombreada e, na floresta, uma frondosa tília, à sombra da qual existia uma fonte de águas cristalinas. Nos dias em que o calor se fazia sentir mais intenso, a princesinha refugiava-se nesse recanto e, sentada à margem da fonte, distraía-se brincando com uma bola de ouro, que atirava ao ar e apanhava agilmente entre as mãos; era o seu jogo predileto.


Certo dia, porém, quando assim se divertia, a bola fugiu-lhes das mãos, rolando para dentro da água. A princesa, desapontada, seguiu-lhe a evolução, mas a bola sumiu na água da fonte, que era tão profunda que não se lhe via o fundo. Desatou, então, a chorar inconsolavelmente . E, eis que, em meio dos lamentos, ouviu uma voz perguntar-lhe:

- Que tens, linda princesinha? Qual a razão desse pranto desolado, que comove até as pedras?
Ela olhou para todos os lados a fim de descobrir de onde provinha essa voz e deparou com um sapo, que estendia para fora da água a disforme cabeça.

- Ah! És tu, velho patinhador? - disse a princesa. - Estou chorando porque perdi minha bola de ouro, que desapareceu dentro da água.

- Ora, não chores mais! - volveu o sapo. - Vou ajudar-te a recuperá-la. Mas que me darás em troca, se eu trouxer tua bola?

- Tudo o que quiseres, bondoso sapo. Eu te darei meus vestidos, minhas pérolas e minhas joias preciosas: até mesmo a coroa de ouro que tenho na cabeça, - respondeu alvoroçada a princesa.

- Nada disso eu quero; nem teus vestidos, nem tuas joias, nem tampouco tua coroa de ouro. Outra coisa quero de ti. Quero que me queiras bem, que me permitas ser teu amigo e companheiro de folguedos. Quero que me deixes sentar contigo à mesa e comer no teu pratinho de ouro e beber no teu copinho. À noite me deitarás junto de ti, na tua caminha. Se me prometeres isto tudo. descerei ao fundo da fonte e trar-te-ei a bola de ouro, - propôs o sapo.

- Oh! sim, sim! - retorquia ela; - prometo tudo o que quiseres, contando que me tragas a bola.
Pensava, porém, de si para si: "O que e que está pretendendo este sapo tolo, que vive na agua coaxando

com os seus iguais? Jamais poderá ser o companheiro de uma criatura humana!"
Confiando, pois, na promessa que lhe fora feita, o sapo mergulhou, reaparecendo, daí a pouco, com a bola de ouro, que atirou delicadamente ao gramado. A princesinha, radiante de alegria por ter recuperado o lindo brinquedo, agarrou-o e deitou a correr para casa.

- Espera! Espera! - gritava o pobre sapo; - leva- me contigo, pois não posso correr como tu!
De nada lhe valia, porém, gritar com todas as forças dos pulmões o aflito "quac, quac, quac"; a filha do Rei não lhe deu a menor atenção, correu para o palácio, onde não tardou a esquecer o pobre bichinho e a promessa que lhe fizera no momento de apuro.

No dia seguinte, quando se achava tranquilamente à mesa com o Rei e toda a corte, justamente quando comia no seu pratinho do ouro, ouviu: - "plisch, plasch, plisch, plasch," algo subindo a vasta escadaria de mar more, avançando até chegar diante da porta. Ali bateu, gritando:
- Filha do Rei, caçula, abre a porta!

Ela correu a ver quem assim a chamava. Mas, ao abrir a porta, viu à sua frente o pobre sapo. Fechou-a, rapidamente, e voltou a sentar-se à mesa, com o coração aos pulos. O Rei, que a observara, percebeu o palpitar de seu coração. Perguntou:

- Que tens, minha filhinha? Há, por acaso, algum gigante aí fora querendo levar-te?
Oh! não. Não é nenhum gigante, apenas um sapo horrível, - respondeu, ainda pálida, a princesa.
- E o que deseja de ti?

Meio constrangida ela contou o que se passara:

- Meu paizinho querido, ontem, quando brincava com a bola de ouro junto à fonte, lá na floresta, ela caiu-me das mãos e rolou para dentro da fonte. Desatei a chorar e a lastimar-me, quando, de repente, vi surgir esse sapo feio que se ofereceu para auxiliar-me. Exigiu, porém, minha promessa de gostar dele, tomá-lo como amigo e companheiro de folguedos; eu, ansiosa por reaver a bola, prometi tudo o que me pediu, certa de que ele jamais conseguisse viver fora da água. Ei-lo aí, agora, querendo entrar e ficar a meu lado!

Entrementes, ouviu-se bater, novamente, à porta e a voz insistir:

- Filha do Rei, caçula,

abre-me a poria.

Não esqueças a promessa

que me fizeste tão depressa

junto à fonte da floresta.

Filha do Rei, caçula,

abre-me a porta!...

O Rei disse, então, à filha:

- Aquilo que prometeste deves cumprir. Vai, pois, abre a porta e deixa-o entrar.

A princesa não teve remédio senão obedecer. Quando abriu a porta, o sapo pulou rapidamente para dentro da sala e, juntinho dela, foi saltitando até sua cadeira. Uma vez aí, pediu:

- Ergue-me, coloca-me à tua altura.

A princesa relutava contrariada, mas o Rei ordenou que obedecesse.

Assim que se viu sobre a cadeira, o sapo pediu para subir na mesa, dizendo:

- Aproxima de mim teu pratinho de ouro para que possamos comer juntos.

Muito a contragosto a princesinha acedeu; mas, enquanto o sapo se deliciava com as finas iguarias, ela não conseguia engulir os bocados que lhe ficavam atravessados na garganta. Por fim, ele disse:

- Comi muito bem, estou satisfeitíssimo. Sinto-me, porém, muito cansado, leva-me para teu quarto, prepara tua caminha de seda e deitemo-nos, sim?

Ante essa nova exigência, a princesa não se conteve e desatou a chorar. Sentia horror em tocar aquela pele gélida e asquerosa do sapo e, mais ainda, ter de dormir com êle em sua linda caminha alva, de lençóis de seda. O Rei, porém, zangando-se, repreendeu-a:

- Não podes desprezar quem te valeu no momento de aflição.

Não vendo outra alternativa, a princesinha armou-se de coragem, agarrou com a ponta dos dedos o sapo repelente, carregou-o para o quarto, onde o atirou para um canto, decidida a ignorá-lo 
definitivamente. Pouco depois, quando já deitada, dispunha-se a dormir, viu-o aproximar-se saltitando: 

- Estou cansado, quero dormir confortavelmente como tu. Ergue-me, deixa-me dormir junto de ti, se não chamarei teu pai.

A princesinha, então, cheia de cólera, agarrou-o e, com toda a força, atirou-o de encontro à parede.

- Agora te calarás, sapo imundo, e me deixarás finalmente em paz!

Mas, oh! Que via? Ao estatelar-se no chão, o sapo imundo, que, por vontade do pai era seu amigo e companheiro, transformou-se, assumindo as formas de um belo príncipe de olhos meigos e carinhosos. Contou-lhe ele, então, como havia sido encantado por uma bruxa má e que ninguém, senão ela, a princesinha, tinha o poder de desencantá-lo.

Combinaram, ainda, que, no dia seguinte, partiriam para seu reino.

Em seguida, adormeceram. Quando a aurora despontou e o sol os despertou, chegou uma belíssima carruagem atrelada com oito esplêndidos corcéis alvos como a neve, de cabeças empenachadas com plumas de avestruz e ajaezados de ouro. Vinha, atrás, o fiel Henrique, escudeiro do jovem Rei.

O fiel Henrique ficara tão aflito quando seu amo fora transformado em sapo, que mandara colocar três aros de ouro em volta do próprio coração, para que este não arrebentasse de dor. Agora, porém, a carruagem ia levar o jovem Rei de volta ao reino. O fiel Henrique fê-lo subir com a jovem esposa e sentou-se atrás, cheio de alegria por ver o amo enfim liberto e feliz.

Quando haviam percorrido bom trecho de caminho, o príncipe ouviu um estalo, como se algo na carruagem se tivesse partido. Voltou-se e gritou:

- Henrique, a carruagem está quebrando!

- Não, meu Senhor, a carruagem não;
é apenas um aro do meu coração.

- Ele estava imerso na aflição,

quando, em sapo transformado,

estáveis na fonte, abandonado.


Duas vezes ainda, ouviu-se o estalo durante a viagem e, de cada vez, o príncipe julgou que se quebrava a carruagem. Mas Henrique tranquilizou-o explicando que apenas os aros se haviam quebrado, saltando-lhe do coração, pois que, agora, seu amo e Senhor estava livre e feliz.